Bloco questiona governo sobre invasão do jacinto-de-água no Rio Sorraia

Governo ainda não interveio no controlo desta praga no rio Sorraia. Bloco de Esquerda apela a que a situação seja revista com caráter de urgência.

O rio Sorraia, afluente do Tejo, tem sido infestado pelo jacinto-de-água, que invadiu uma área significativa da massa de água. A área que suscita a maior preocupação situa-se entre a Ponto do Sabugueiro e a Ponte da Amieira.

O jacinto-de-água (Eichhornia Crassipes) é considerado uma espécie invasora (DL no 565/99, de 21 de Dezembro). A sua presença nos nossos cursos de água pode impedir a entrada da luz e a oxigenação, com consequências nefastas para a fauna e flora, assim como, eventualmente, impedir o uso da água para as atividades agrícolas e para o consumo humano. São óbvias as graves consequências ambientais que a presença do jacinto-de-água poderá significar para a região, e a situação poderá agravar-se devido ao atual período de seca extrema. Considerando ainda que o cenário das alterações climáticas tem já afetado o território em causa, parece-nos óbvio que esta situação deverá ser avaliada e resolvida o mais rapidamente possível.

O Bloco de Esquerda teve conhecimento que, até ao momento, o Governo não teve nenhuma intervenção de controlo desta praga no rio Sorraia, nomeadamente, através do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), alegadamente por falta de meios necessários.

Sabemos também que, no sentido de cumprir o Regulamento Comunitário UE no 1143/2014 do Parlamento e do Conselho, de 22 de Outubro, o ICNF submeteu uma candidatura ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência de Recursos (POSEUR), com vista à análise e tentativa de erradicação desta praga, o qual se encontrará em fase de avaliação pela Unidade de Gestão responsável.

Recentemente, a Assembleia da União de Freguesias de Coruche, Fajarda e Erra, preocupada com o agravamento da situação e com a aparente falta de apoio estatal para o caso, aprovou, por unanimidade, uma Moção revelando a enorme preocupação das populações, assim como um pedido para que a situação seja revista com carácter de urgência e que seja executado um plano de ação para a resolução do problema.

Tendo em conta as graves consequências ambientais desta planta invasora, Bloco de Esquerda endereçou as seguintes questões ao Governo:

 

  1. O Governo, ou alguma agência por si tutelada, tem conhecimento desta situação? 

  2. Enquanto não haja resposta à candidatura do ICNF, a alegada falta de meios necessários significa que as populações e os ecossistemas afetados terão de se resignar com esta situação? Até quando? 

  3. Foram tomadas alguma(s) medida(s) mitigadoras ou com vista a impedir a proliferação desta espécie no rio Sorraia? Se sim, quais? 

  4. Tem o Governo conhecimento das consequências que poderão resultar desta praga, para a fauna e flora, assim como para as atividades agrícolas, ou contacto humano, se não houver nenhuma intervenção urgente para o seu controlo? 


FOTO: Pescatuga.blogspot.com