Escaroupim, abandono e incompetência

Todos já percebemos a falta de estratégia no desenvolvimento económico do nosso concelho. Não conhecemos uma única proposta de desenvolvimento sustentável de forma a criar, novos postos de trabalho, fixando os nossos jovens no concelho. É por isso inacreditável já terem passado 33 meses após as denúncias do Bloco de Esquerda e se a estes meses juntarmos os 51 meses anteriores da sua gestão, estamo-nos a referir um total de 84 meses em que ficou plasmada a total incompetência desta maioria socialista no que se refere à preservação da aldeia do Escaroupim e há tão propagandeada aposta no turismo.

O Vereador Luís Gomes interveio na reunião de câmara relativamente a este tema:

Intervenção do Bloco de Esquerda a 03 de janeiro de 2018...referia-se à Aldeia do Escaroupim e ao seu total abandono, conforme abaixo menciono.

«Sr. Presidente todos sabemos a falta de estratégia e de desenvolvimento económico da maioria socialista para o nosso concelho. Não conhecemos uma única proposta de desenvolvimento sustentável de forma a criar novos postos de trabalho e fixar os nossos jovens no concelho de Salvaterra de Magos.

As apostas em projetos estruturais assentam nos desígnios criados pelo Bloco de Esquerda, como são exemplo, a Barragem de Magos, Falcoaria Real ou a aldeia do Escauropim.

Gostaríamos de trazer aqui o triste e total abandono a que a aldeia do Escauropim está entregue, provavelmente o local mais belo do Rio Tejo, com as suas margens a mergulharem na beleza inqualificável que nos proporciona.

Depois de uma visita ao enorme investimento feito pela gestão do Bloco de Esquerda, estamo-nos a referir a requalificação das margens do Rio Tejo, à criação do cais para pescadores e embarcações turísticas, a construção do restaurante, da casa museu típica Avieira, das arrecadações para os pescadores, a requalificação de toda a zona de lazer e estacionamento, asfaltamento das vias de comunicação, estação elevatória da Etar, a geminação com Vieira de Leiria na Marinha Grande, etc., e infelizmente encontramos um local sem qualquer referência de melhoramento e inovação, exceto a transferência do museu «Escaroupim e o Rio» da vila de Salvaterra de Magos para o Escaroupim.

Sr. Presidente não esperamos muito desta maioria, no entanto exigimos que não desperdice o investimento feito na gestão do BE na nossa oferta turística, pois não chega candidatar a Aldeia do Escaroupim ás “7 Maravilhas de Portugal – Aldeias” e depois constatar o total abandono a que está sujeita, isso tem um nome, pura demagogia.

Deixe-me enumerar o que assistimos nesta visita e as propostas que fazemos. Assistimos a um cais de embarque turístico sem boais que a sustente pondo em causa os mínimos de segurança necessária, parafusos do cais à superfície podendo criar acidentes aos seus utentes, total ausência de luz que potencie a oferta turística e contribuía para a segurança publica. Podemos juntar a estas necessárias intervenções urgentes a necessidade de criar um regulamento de utilização do cais, e são muitos os problemas existentes, a criação de um regulamento para o usufruto do rio, por parte de possíveis banhistas e embarcações, assim como a criação de placas de sinalização a indicar as localidades e o cais/cruzeiros turísticos. A este rol de necessidades acrescentamos como urgente é a reparação dos cais de embarque das embarcações de pesca e turísticas que se encontram totalmente degradadas, assim como das arvores «salgueiros» todas podres e a porem em perigo as pessoas que visitam o Escauropim, para além da necessária limpeza e requalificação de toda a área envolvente e retomar a Geminação com Vieira de Leiria...»

Resposta do Sr. Presidente...

“...Tivemos também já o cuidado de cortar e desbastar algumas árvores, sabemos que há outras que precisam dessa intervenção, mas também estamos à espera desta ocasião – acho que é agora no início do ano – para replantar mais árvores no local porque não podemos simplesmente, enfim, não fomos nós que escolhemos os salgueiros como solução, mas é a árvore, de facto, característica junto ao rio, tem esse problema e nós vamos procurar substituir e ir acudindo àquelas que possam oferecer maior perigo. Dizer-lhe também que temos, como sabe, uma candidatura para a reabilitação de todo o dique do Escaroupim, portanto, ligando Salvaterra de Magos ao Escaroupim. Se conseguirmos a aprovação desta candidatura é importante porque garante a estabilidade na circulação entre Salvaterra de Magos e o Escaroupim, e ao mesmo tempo protege aquela obra hidráulica também dos efeitos das alterações climáticas. Por outro lado, também julgo que sabe, porque trouxemos aqui, uma candidatura que apresentámos à Charneca, precisamente para a reabilitação de situações que estão menos bem no Escaroupim e que o senhor Vereador referiu algumas, tem a ver com os Cais, com o tratamento das zonas pedonais, com o tratamento do próprio Largo dos Avieiros que não tem nenhum tratamento específico, portanto, com a melhoria desse tratamento, com a melhoria da iluminação e, portanto, são projetos que nós temos apresentados já desde o final do ano passado e que “não estamos a dormir”, digamos assim! Agora, obviamente que também o senhor Vereador Noel Caneira, no que diz respeito aos Cais que tiverem maior perigo, nomeadamente, às cordas que já tivemos oportunidade de visitar no local, vamos proceder à substituição dessas cordas procurando uma maior segurança para as pessoas. Pronto, creio que de alguma forma dei resposta às questões que foram colocadas.”

Sr. Presidente, passaram 33 meses após a denúncia do Bloco de Esquerda. Se a estes meses juntarmos os 51 meses anteriores da sua gestão, estamo-nos a referir um total de 84 meses em que comprovou a total incompetência no que se refere à preservação da aldeia do Escaroupim e há tão propagandeada aposta no turismo.

Não fosse a vinda recentemente ao Escaroupim do Presidente da Entidade de Turismo para a apresentação da Rota da Cultura Avieira, uma rota desenvolvida pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo e que se insere num plano estratégico de promoção de rotas temáticas no território. Se não fosse esta iniciativa da Entidade Regional de Turismo ainda estava tudo na mesma.

No entanto ainda estamos longe de ter como designo a tão falada aposta no turismo. No entanto não podemos deixar de valorizar a recuperação dos cais de embarque, na delimitação do parque de merendas e aumento de mesas, no melhoramento arbóreo e nas pinturas de embelezamento existentes.

Sr. Presidente como de costume, deixa tudo a meio, e quando faz é sobe pressão da oposição ou por oportunidade de fundos comunitários. Deixamos aqui algumas matérias que consideramos fundamentais para termos uma aldeia piscatória turística mais digna. Propomos luz que potencie a oferta turística e contribuía para a segurança publica; criação de um regulamento de utilização do cais de embarque; criação de um regulamento para o usufruto do rio por parte de possíveis banhistas e embarcações; criação de placas de sinalização a indicar as localidades e o cais/cruzeiros turísticos; retomar a geminação com Vieira de Leiria; WC público aberto permanentemente; proibição de banhos no cais de embarque e não a placa que se encontra atualmente de banhos não aconselhável.

Terminamos perguntando ao Sr. Presidente o que se passa com a sede do rancho folclórico do Escaroupim? As suas instalações estão fechadas à vários anos, existe uma falta enorme no Escaroupim de um local para venda de bebidas e alimentos, e ao que sabemos, interessados em alugar o espaço e inclusive em terminar as obras necessárias, porque não se desbloqueia este processo?