Falta de estratégia no desenvolvimento do concelho

O debate e aprovação do orçamento do município de Salvaterra de Magos, no que respeita ao cabimento das atividades mais relevantes e ao plano plurianual de investimentos para 2020 representa mais do mesmo, falta de estratégica para o desenvolvimento do concelho, navegação à vista dos fundos comunitários, raciocínio eleitoralista e costas viradas para as propostas dos partidos e da sociedade civil, enfim, uma lógica de quero, posso e mando.

O Vereador Luís Gomes continuou a sua intervenção:

Se tivermos cuidado na análise do quadro socioeconómico ele regista fatores favoráveis, um crescimento económico que se manifesta na recuperação de salários, reformas, abonos de família, assim como um conjunto de garantias sociais resgatados a favor das populações e territórios, permitindo ao nosso concelho maior alento. Só uma politica de reposição de rendimentos aos portugueses permitiu dinamizar uma economia paralisada. Estou convicto que o investimento público será decisivo numa evolução positiva da economia Portuguesa.

Esta solução à esquerda provou que é possível outra politica, uma politica que coloque a esperança e a dignidade das pessoas em primeiro lugar.

No entanto, esta recuperação económica das famílias, que esteve no centro das politicas nacionais, teve no concelho de Salvaterra de Magos um Partido Socialista a remar contra a maré.

Lamentamos que após uma conjuntura em que a esquerda provou que é possível governar contrariando a austeridade, o presidente de câmara aumenta impostos no concelho de Salvaterra de Magos e continua a recusar as propostas do Bloco de Esquerda, nomeadamente, na redução da taxa de IMI e uma maior devolução de IRS aos contribuintes e assim reduzir o esforço fiscal e contribuir para a superação da austeridade aos munícipes do concelho de Salvaterra de Magos.

Partido Socialista continua a recusar baixar a carga fiscal para os munícipes de Salvaterra de Magos. Com a reavaliação dos imóveis e o aumento do IRS, a manutenção destas taxas levou ao crescimento da coleta fiscal pela câmara e ao agravamento do esforço fiscal dos munícipes. A proposta do Bloco não levaria à perda de receitas do município relativamente aos anos anteriores, mas tão só à estabilização tendencial da curva de crescimento dessa coleta e a um alívio nos orçamentos familiares dos nossos munícipes.

Debrucemo-nos então sobre as Grandes Opções do Plano para 2020 no seu Plano Plurianual de Investimentos e nas Atividades Mais Relevantes. Gostaríamos, no entanto, de começar por assinalar o excelente trabalho levado a cabo pelos funcionários do município, demonstrando a sua capacidade de trabalho e a sua preparação técnica comprovada no rigor dos documentos orçamentais apresentados.

O orçamento para 2020 do município de Salvaterra de Magos não traz nada de novo e consequentemente a abordagem do Bloco de Esquerda continua firme na sua coerência politica e na defesa das suas convicções, assente numa visão de desenvolvimento sustentável do nosso concelho.

Este orçamento revela a ausência duma visão estratégica para reverter o estado de abandono do concelho. Trata-se do repositório casuístico de investimentos desgarrados e da repetição das atividades costumeiras, sem um plano condutor que integre qualquer lógica de definição de prioridades. Eventuais objetivos de satisfação de clientelas eleitorais não podem, nem devem ser percebidos como planos estratégicos. Estamos perante um documento com uma total falta de estratégica para o desenvolvimento do concelho, numa clara navegação à vista dos fundos comunitários.

Assim, questões que deveriam ser centrais numa análise plurianual de objetivos de gestão municipal, nomeadamente na melhoria da atratividade para o estabelecimento de atividades económicas no concelho e fixadora dos jovens, nos domínios do ordenamento do território, da mobilidade dos cidadãos, duma política de habitação que resolva as carências de alojamento, de apoio social e de promoção da saúde e da defesa do ambiente e da poupança de energia não são minimamente tratados de forma coerente. Abordaremos algumas das falhas estruturais que hipotecam o nosso concelho e que constantemente aportamos, propomos e desafiamos a maioria a refletir e estruturar uma politica com futuro para bem do nosso concelho e da nossa população.